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sábado, 26 de junho de 2010

A vila II (Tempestade)

Um netuno azul
de olhos esbugalhados e barbas chamuscadas
urrava surdamente
no horizonte de seu oceano elétrico
Com suas belas ninfas, levava os braços para frente
e para trás, numa fúria serena

Como uma extensão do Deus,
braços marítimos se lançavam à areia
recuando, porém.

Um rio de eletricidade rasgava a vila
e alimentava o mar
Habitado por poraquês que, sem sentido, chocavam-se,
permitindo aqui e ali maravilhas ocasionais
- pequenas explosões intra-fluviais -

Nascia dos dedos infinitos de Iansã
cujos olhos espocavam em flashes
de pertinência estroboscópica

E, naquele silêncio atônito,
só se ouvia um som - afônico
ecos de fonemas,
graves, consonantais,
ecos ouvidos na Vila
ecos sentidos na Vila
No entanto, sem nascer ou morrer na Vila
eco moto-contínuo

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