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quinta-feira, 28 de abril de 2011

terça-feira, 12 de abril de 2011

2º ano - As três gerações românticas no Brasil

Galera, estes são os slides utilizados na minha aula sobre as três gerações do Romantismo no Brasil. Se vocês clicarem no link, é possível baixar o arquivo. Bom estudo e abração do tio.Gerações românticas no Brasil: Poesia
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quarta-feira, 6 de abril de 2011

3º ano - Modernismo no Brasil.

Rapaziada, não costumo postar o que não é meu sem dar referências. Quando decidi colocar este texto aqui, já tinha fechado a página. De qualquer forma, acho que não serei crucificado por apenas um texto.
Leiam, vale a pena dar uma conferida. É basicamente um resumo do que tenho falado nas aulas sobre Modernismo.
Bom estudo.




A historiografia literária brasileira costuma dividir em três fases o Modernismo brasileiro. Os marcos cronológicos da primeira fase, também conhecida como "heróica", são o ano de 1922, quando realizou-se a Semana de Arte Moderna em São Paulo, e o ano de 1930, quando ocorreu a publicação de Alguma Poesia, de Carlos Drummond de Andrade, dando início a um novo período. No entanto, bem antes de 1922 os artistas participantes da Semana já produziam obras influenciadas pelas novas correntes européias, que debatiam e divulgavam pela imprensa. Assim, a realização da Semana de 22 apenas reuniu e apresentou a um público bastante restrito – e escandalizado – alguns dos artistas paulistas e cariocas que já vinham cultivando modernas formas de expressão. Entre eles estavam os escritores Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Ronald de Carvalho e Menotti del Picchia, além de Graça Aranha, na época autor consagrado e membro da Academia Brasileira de Letras, que usou seu prestígio para apresentar os jovens modernistas. Também participaram da Semana o músico Villa-Lobos, a pintora Anita Malfatti e o escultor Victor Brecheret, entre outros.
Segundo Alfredo Bosi, "a Semana foi, ao mesmo tempo, o ponto de encontro das várias tendências que desde a I Guerra vinham se firmando em São Paulo e no Rio, e a plataforma que permitiu a consolidação de grupos, a publicação de livros, revistas e manifestos, numa palavra, o seu desdobrar-se em viva realidade cultural." A necessidade de consolidar a nova estética, de definir seus rumos, de romper com os padrões literários do passado conferiu ao Modernismo da primeira fase um alto grau de radicalismo. Mário de Andrade afirmou, a respeito da violência com que se processou a ruptura com o passado: "(...) se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista. Isto é, o seu sentido verdadeiramente específico. Porque, embora lançando inúmeros processos e idéias novas, o movimento modernista foi essencialmente destruidor.".
A "destruição" tinha como objetivo, em um primeiro momento, o rompimento com estéticas passadas, especialmente a parnasiana. A figura do poeta parnasiano, comparado a uma "máquina de fazer versos" no "Manifesto Antropófago" (1928) de Oswald de Andrade, foi ridicularizada e atacada em inúmeros artigos e poemas, como Os Sapos, de Manuel Bandeira, recitado por Ronald de Carvalho na segunda noite da Semana de Arte Moderna. Em oposição ao rigor gramatical e ao preciosismo lingüístico parnasianos, os poetas modernistas valorizaram a incorporação de gírias e de sintaxe irregular, e a aproximação da linguagem oral de vários segmentos da sociedade brasileira, como se pode observar no poema Pronominais, de Oswald de Andrade. Ainda no plano formal, o verso livre, a concisão e a objetividade são características marcantes do movimento. No poema de Manuel Bandeira, Poética, estão expressas as principais "palavras de ordem" da estética modernista.
Outros objetivos do "espírito destruidor" modernista eram a preparação de um terreno onde se pudesse reconstruir a a cultura brasileira, sobre bases nacionais; a realização de uma revisão crítica da história e das tradições culturais do país; a eliminação do "complexo de colonizados" que tornava os brasileiros apegados a valores estrangeiros. A tentativa de revisão crítica e de reconstrução da cultura brasileira demandou a pesquisa e a abordagem poética de fontes quinhentistas, como a Carta de Pero Vaz de Caminha. No poema As Meninas da Gare, por exemplo, Oswald de Andrade utiliza trechos da Carta que, deslocados de seu contexto original, remetem a problemas sociais do Brasil moderno. O enfoque de temas do cotidiano também permitiu a reflexão sobre a realidade brasileira, geralmente pontuada pelo uso do humor, como ocorre em inúmeros poemas de Manuel Bandeira.
Além disso, segundo Antonio Candido, os modernistas "passaram por cima das distinções entre os gêneros, injetando poesia e insólito na narrativa em prosa, abandonando as formas poéticas regulares, misturando documento e fantasia, lógica e absurdo, recorrendo ao primitivismo do folclore e ao português deformado dos imigrantes, chegando a usar como exemplo extremo contra a linguagem oficial certas ordenações sintáticas tomadas a línguas indígenas". Os autores do Modernismo procuraram no índio e no negro o primitivismo, os elementos primordiais da cultura brasileira que proporcionariam a reconstrução da realidade nacional, e procuraram retratar a mistura de culturas e raças existente no país. O poema Cobra-Norato, de Raul Bopp, talvez seja o mais significativo exemplo da exploração poética do primitivismo.
O nacionalismo, talvez a mais marcante característica do Modernismo, separou ideologicamente os adeptos do movimento. Oswald de Andrade lançou, em 1924, o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, que enfatizava a criação de uma poesia baseada na revisão crítica de nosso passado histórico e na valorização da pluralidade cultural brasileira. Menotti del Picchia, Plínio Salgado e Cassiano Ricardo reagiram com o movimento Verde-Amarelismo, que propunha uma nacionalismo mais ufanista, de inclinação nazi-fascista; em 1927, o grupo se transformou na Escola da Anta, tomando como símbolos de nacionalidade o índio tupi e a anta. No ano seguinte, Oswald, Raul Bopp e Tarsila do Amaral revidam o nacionalismo xenofobista da Anta com o Manifesto Antropófago, que incorporava o comunismo, o freudismo e o matriarcalismo, e pretendia "devorar" as influências estrangeiras, aproveitando suas inovações artísticas, mas imprimindo a identidade cultural brasileira à arte e à literatura.