Um netuno azul
de olhos esbugalhados e barbas chamuscadas
urrava surdamente
no horizonte de seu oceano elétrico
Com suas belas ninfas, levava os braços para frente
e para trás, numa fúria serena
Como uma extensão do Deus,
braços marítimos se lançavam à areia
recuando, porém.
Um rio de eletricidade rasgava a vila
e alimentava o mar
Habitado por poraquês que, sem sentido, chocavam-se,
permitindo aqui e ali maravilhas ocasionais
- pequenas explosões intra-fluviais -
Nascia dos dedos infinitos de Iansã
cujos olhos espocavam em flashes
de pertinência estroboscópica
E, naquele silêncio atônito,
só se ouvia um som - afônico
ecos de fonemas,
graves, consonantais,
ecos ouvidos na Vila
ecos sentidos na Vila
No entanto, sem nascer ou morrer na Vila
eco moto-contínuo